quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Acordo Ortográfico e não só

Esta coisa do acordo ortográfico está a corroer a minha alma nacionalista. 
espETAdores? EgITO? ATUAlizar??? ExpeTAVEL??? Onde está o C? Nós dizemos o C! 
Que é esta m****?
É um verdadeiro atentado à nossa identidade. E mais não digo.

Mas infelizmente, a maioria de nós, portugueses, não faz nada para defender a nossa identidade, nomeadamente ao nível da língua, Aliás, pelo contrário, contribuímos e muito para a tornar cada vez menos portuguesa. No meu trabalho lido diariamente com verdadeiros atentados. Daqueles com facas, balas e tudo o resto a que tem direito. Vou-vos deixar aqui dois exemplos fantásticos.

LINKAR
Ao que parece, é um novo verbo da língua portuguesa. Ou não. 
"Vou linkar este evento ao outro", "Qual é o evento que está linkado?".. São coisas que eu ouço diariamente! Não sabem dizer LIGAR? Ligar? Ligar? Ligar???? Não? Socorro!

E agora uma cuja correspondência em português é mais difícil de encontrar,mas que existe! 
ASSIGNAR
"Vou-te assignar o evento.". "O evento está assignado a mim."
Mais uma vez: Que é esta m*****???
Ok, a correspondência em português não é tão óbvia como no exemplo anterior, mas existe: ATRIBUIR. Por que é que não a usam???

Já alguma vez tiveram aquela sensação de estar a ouvir alguém a cantar que está tão desafinado, mas tão desafinado, que só apetece tapar os ouvidos? De certeza que já.
Eu sinto o mesmo quando ouço estas coisas. 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Há circunstâncias na vida que nos fazem perceber que a maioria das pessoas que estão à nossa volta são meros actores, que vão e vêm consoante a peça que está em cena. Estar com uma pessoa todos os dias, partilhar o mesmo grupo de amigos, partilhar conversas e brincadeiras, muitas vezes por vários anos seguidos, não significa que essa pessoa esteja realmente na nossa vida. Ou que nós estejamos realmente na dela. Não é preciso muito para percebermos quem são aqueles que realmente se preocupam connosco e aqueles que apenas nos suportam e lidam connosco como mais um actor das peças de teatro das suas próprias vidas. Não é preciso muito para percebermos que a maioria das pessoas que estão à nossa volta, nem notaria se nós desaparecessemos de repente. E quando nos apercebemos disso, é mesmo o que dá vontade de fazer.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Que parva que eu sou!

Estando a nova música dos Deolinda a causar tanta polémica, e sendo eu uma fã incondicional deste grupo, não poderia deixar de fazer uma pequena referência a este acontecimento. Até O Público fez deste tema capa da edição de hoje: 

Peço desde já desculpa se a referência não for assim tão pequena, mas às vezes quando começo a escrever sobre estes assuntos tenho tendência a esticar-me um bocadinho. :)
Nos últimos dias, temos assistido a um enorme movimento de "jovens" que se identificam com esta canção. Mas eu pergunto-me: será que se estão a identificar pelos motivos certos? 
O que vejo continuam a ser críticas contra o sistema, "lamechices" (desculpem a palavra) de que "nós somos uns coitadinhos", "o país é uma porcaria e não temos condições nenhumas", "andamos a estudar para ir para o desemprego", etc etc. Mas não me parece que seja só isto que a canção diz. É verdade que a situação está má e que deveriam ser dadas melhores condições aos licenciados. Mas será que a maioria deles procura e luta por essas condições? Não seremos nós a geração do comodismo, do querer tudo fácil, do adiar tudo o que seja responsabilidade? A canção fala disso tudo tb!
As pessoas agarram-se a versos como  Que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar e tiram da música o significado que mais lhes convém para continuarem a queixar-se sentadinhos no sofá. Desculpem se pareço demasiado dura mas estas coisas às vezes revoltam-me e entristecem-me por ver o tipo de mentalidade que a nossa geração está a adquirir. E obviamente incluo-me nela também.
Mas voltando à música, penso que a mensagem que ela tenta transmitir é bem mais abragente do que um simples acto de "queixume". É um crítica ao sistema, ao emprego precário, ao facto de para ser escravo ser preciso estudar, é verdade. Mas é sobretudo uma crítica aos jovens que se acomodam com esta situação, que olham à volta e vêem os amigos na mesma situação e por isso acham que é normal e que não podem fazer nada. 
Sou da geração "casinha dos pais" 
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
...

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV 
Frases como estas resultaram em enormes aplausos dos jovens que se encontravam nos coliseus aquando dos concertos dos Deolinda. Mas na minha opinião não deviam. Deviam ter causado silêncio, reflexão, e até vergonha por nos deixarmos acomodar nesta situação, por não lutarmos por algo melhor para nós e para os nossos filhos. 
A música termina com um grito de revolta, 
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais

E parva não sou
que deveria abrir os olhos a todos os que a ouvem! E não fazê-los acomodarem-se ainda mais a esta situação e porem as culpas de tudo nos políticos e no sistema. Espero que o debate sobre esta música consiga criar alguma chama de luta e de esforço na nossa geração, e não torná-la numa geração ainda mais parva do que ela já é.



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Lonesome town

There's a place where lovers go
To cry their troubles away
And they call it Lonesome Town
Where the broken hearts stay

You can buy a dream or two,
To last you all through the years
And the only price you pay
Is a heart full of tears

Goin' down to lonesome town,
Where the broken hearts stay,
Goin' down to lonesome town
To cry my troubles away.

In the town of broken dreams,
The streets are filled with regret,
Maybe down in lonesome town,
I can learn to forget.

Maybe down in lonesome town,
I can learn to forget..


Ouçam.. Vale a pena..




P.S.: Têm de clicar para ouvir.. Eu não sou como certas pessoas que obrigam as outras a ouvir música logo que entram no blog.. :p